quarta-feira, 21 de novembro de 2007
Causas de infertilidade masculina
A infertilidade masculina é definida como a incapacidade de engravidar a parceira após 1 ano (12 ciclos menstruais) de relações sexuais frequentes, não protegidas, ou seja, sem uso de qualquer método contraceptivo.
Enfermidades do hipotálamo e hipófise
Quaisquer enfermidades ou condições clínicas, tanto congénitas quanto adquiridas, que atinjam o hipotálamo e/ou a hipófise, poderão comprometer a secreção normal das suas hormonas, que, consequentemente, afectarão adversamente a função testicular.
Enfermidades primárias dos testículos
Enfermidades primárias dos testículos são responsáveis por cerca de 35% das causas de ausência de espermatozóides no ejaculado ou alteração importante da qualidade do sémen. Vários são os factores responsáveis:
A) Síndrome de Klinefelter, uma anomalia congénita, em que o cromossoma sexual é defeituoso.
B) Criptorquidia, outra anomalia congénita, em que um ou ambos os testículos não migram para a bolsa escrotal, permanecem aprisionadas em algum lugar da cavidade abdominal, durante o desenvolvimento fetal. Os testículos “não-descidos” possuem alterações que dificultam ou impedem a produção adequada das células germinativas, os espermatozóides.
C) Varicocele, uma enfermidade das veias do escroto. Dilatações venosas que dificultam o retorno do sangue, fazendo com que este fique acumulado nas veias escrotais, aumentam a temperatura testicular, o que é prejudicial à formação dos espermatozóides.
D) Orquiepididimites, infecções dos testículos e epidídimos, em consequência de doenças sexualmente transmissíveis, geralmente causadas por bactérias. Estas infecções poderão destruir as células germinativas ou obstruir os epidídimos.
E) Intoxicação ou uso crónico de algumas substâncias podem ser responsáveis pela produção anormal tanto de espermatozóides quanto de testosterona pelos testículos. Exposição a agentes de contaminação ambiental como pesticidas, metais pesados etc., causam efeito semelhante.
F) Radiações ionizantes, das quais os raios X são o representante mais conhecido, podem comprometer ou impedir a produção de espermatozóides.
G) Hipertermia, ou seja, exposição prolongada dos testículos a altas temperaturas, como o que ocorre com os frequentadores de saunas ou apreciadores de banhos quentes de imersão.
H) Traumatismos directos, acidentais ou cirúrgicos sobre os testículos ou epidídimos, poderão comprometer a produção dos espermatozóides, por destruição da massa testicular ou afectar a permeabilidade ou função dos epidídimos.
I) Enfermidades crónicas debilitantes, ou seja, uma série de doenças que afectam o organismo como um todo, podem comprometer a função testicular. Como exemplos, podemos citar a desnutrição, anemia falciforme, cirrose hepática e insuficiência renal.
Alterações do transporte do espermatozóide
Os epidídimos desempenham importante papel no amadurecimento e transporte dos espermatozóides. Os canais deferentes dão prosseguimento a este transporte e conduzem os espermatozóides desde os epidídimos até a uretra, de onde são ejaculados. É óbvio que qualquer alteração nesta cadeia de eventos comprometerá a fertilidade.
A) Anormalidades dos epidídimos
Distúrbio da função epididimária de concentrar, amadurecer e transportar os espermatozóides.
B) Anormalidades dos ductos deferentes
Alterações da sua capacidade de impulsionar os espermatozóides ou sua obstrução, inclusive após vasectomia, impedirão o correcto transporte dos espermatozóides até a uretra. A ejaculação resultante é pobre em ou não contém espermatozóides, apenas os fluidos da próstata e vesículas seminais.
C) Disfunções ejaculatórias
Distúrbios hormonais, diabetes, lesões dos nervos da medula ou pélvicos, cirurgias pélvicas, distúrbios da próstata, são causas conhecidas que poderão não ejacular ou o faça em direcção contrária, para dentro da bexiga, não conseguindo, portanto, depositar o esperma na vagina da parceira.
Factores desconhecidos
Em um número razoável de homens inférteis que apresentam baixa qualidade do sémen, apesar de exaustiva investigação, não se consegue descobrir uma causa que justifique tal condição. Além disso, existem homens que apesar de várias análises seminais normais, não conseguem engravidar uma parceira aparentemente fértil.
Portanto, como vimos, o assunto é extenso e complexo, o que requer estudos multidisciplinares para que se possa actuar com certeza, decisão e segurança para investigar e tratar adequada e satisfatoriamente uma condição que gera muita ansiedade além de ser muito frustrante. Muitas causas de infertilidade masculina podem ser corrigidas; outras, apesar da impossibilidade, poderão ser contornadas com diversos métodos disponíveis de fertilização em laboratório.
Fiquei suspresa por saber que a percentagem de infertilidade masculina e feminina sao bastante semelhantes. Foi um trabalho agradável de fazer.
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