Mendel observou que as diferentes linhagens, para os diferentes caracteres escolhidos, eram sempre puras, isto é, não apresentavam variações ao longo das gerações. Por exemplo, a linhagem que apresentava sementes da cor amarela produziam descendentes que apresentavam exclusivamente a semente amarela. O mesmo caso ocorre com as ervilhas com sementes verdes. Essas duas linhagens eram, assim, linhagens puras.
A flor de ervilha é uma flor típica da família das Leguminosae. Apresenta cinco pétalas, duas das quais estão opostas formando a carena, em cujo interior ficam os órgãos reprodutores masculinos e femininos. Por isso, nessa família, a norma é haver autofecundação. Logo para cruzar uma linhagem com a outra era necessário evitar a autofecundação.
Mendel escolheu alguns pés de ervilha de semente amarela e outros de semente verde, escolheu as flores ainda jovens, ainda não-maduras. Para isso, retirou das flores as anteras imaturas, tornando-as, desse modo, completamente femininas. Depois de algum tempo, quando as flores se desenvolveram e estavam maduras, polinizou as flores de ervilha amarela com o pólen das flores verdes, e vice-versa. Essas plantas constituem portanto as linhagens parentais.
-Resultados em F1
Todas as sementes obtidas em F¹, foram amarelas, portanto iguais a um dos pais.
Uma vez que todas as sementes eram iguais, Mendel plantou-as e deixou que as plantas quando florescessem, autofecundassem-se, produzindo assim a geração F².
-Resultados em F2
As sementes obtidas na geração F² foram amarelas e verdes, sempre na proporção de 3 para 1. Inclusive na análise de dois carácteres simultaneamente, Mendel sempre caía na proporção final de 3:1.
-Interpretação dos resultados
Para explicar a ocorrência de somente sementes amarelas em F1 os dois tipos em F2, Mendel começou admitindo a existência de factores que passassem dos pais para os filhos por meio dos gâmetas. Cada factor seria responsável pelo aparecimento de um carácter.
Assim, existiria um factor que condiciona o carácter amarelo e que podemos representar por V, e um factor que condiciona o carácter verde e que podemos representar por v. Quando a ervilha amarela pura é cruzada com uma ervilha verde pura, o híbrido F1 recebe o factor V e o factor v, sendo portanto, portador de ambos os factores. As ervilhas obtidas em F1 eram todas amarelas, isso quer dizer que, embora tendo o factor v, esse não se manifestou. Mendel chamou de "dominante" o factor que se manifesta em F1, e de "recessivo" o que não aparece. Utiliza-se sempre a letra do carácter recessivo para representar ambos os carácteres, sendo maiúscula a letra do dominante e minúscula a do recessivo.
Mendel contou em F2, o número de indivíduos com carácter recessivo, e verificou que eles ocorrem sempre na proporção de 3 dominantes para 1 recessivo.
Mendel chegou a conclusão que o factor para verde só se manifesta em indivíduos puros, ou seja com ambos os factores iguais a v (minúsculo).
Mendel usou ervilhas de linhagens puras com sementes amarelas e lisas e ervilhas também puras com sementes verdes e rugosas. Portanto, os cruzamentos que realizou envolveram os caracteres cor (amarela e verde) e forma (lisas e rugosas) das sementes, que já haviam sido estudados, individualmente, concluindo que o amarelo e o liso eram caracteres dominantes.
Mendel então cruzou a geração parental (P) de sementes amarelas e lisas com as ervilhas de sementes verdes e rugosas, obtendo, em F1, todos os indivíduos com sementes amarelas e lisas, como os pais dominantes. O resultado de F1 já era esperado por Mendel, uma vez que os caracteres amarelo e liso eram dominantes.
Posteriormente, realizou a autofecundação dos indivíduos F1, obtendo na geração F2 indivíduos com quatro fenótipos diferentes, incluindo duas combinações inéditas (amarelas e rugosas, verdes e lisas).
Os números obtidos aproximam-se bastante da proporção 9 : 3 : 3 : 1 . Observando-se as duas características, simultaneamente, verifica-se que obedecem à Primeira Lei de Mendel. Em F2, se considerarmos cor e forma, de modo isolado, permanece a proporção de três dominantes para um recessivo. Analisando os resultados da geração F2, percebe-se que a característica cor da semente segrega-se de modo independente da característica forma da semente e vice-versa.
Dominância incompleta ocorre em indivíduos heterozigóticos que apresentam fenótipos intermédios entre os seus progenitores de linhagens puras, isto acontece porque uma única cópia do genes funcional não ser suficiente para assegurar o fenótipo.
Co-dominância é um tipo de interação entre alelos de um gene onde não existe relação de dominância, o indivíduo heterozigótico apresenta dois genes funcionais, produz os dois fenótipo, isto é, ambos os alelos do gene em um indivíduo diplóide se expressam.
A forma desta mosca que predomina na Natureza tem o corpo cinzento, olhos vermelhos e asas longas e é designada por forma selvagem. No entanto, também existem outras formas com características alternativas como, por exemplo, olhos brancos, corpo preto ou asas vestigiais.
É costume representar-se a constituição genética das formas alternativas pela letra inicial da palavra inglesa que expressa a característica que elas manifestam. Por exemplo, o alelo para olhos brancos representa-se por w. Quando este locus é ocupado pelo alelo da forma selvagem, este representa-se pela mesma letra afectada do sinal +.
Se nas experiências de Mendel, não foi relevante que determinado fenótipo pertencesse à fêmea ou ao macho, isto é, efectuar o cruzamento directo ou o cruzamento recíproco não interferiria nos resultados, o mesmo não se passou nos resultados obtidos por Morgan. Assim, cruzou entre si indivíduos pertencentes a linhas puras, uns com olhos brancos e outro com olhos vermelhos (selvagem); mas não só efectuou o cruzamento directo (fêmea de olhos vermelhos com macho de olhos brancos) como o cruzamento recíproco (fêmea de olhos brancos com macho de olhos vermelhos). O alelo que condiciona a cor selvagem (w ) é dominante em relação ao alelo que condiciona a cor branca dos olhos (w).
No primeiro cruzamento os indivíduos apresentam todos os olhos vermelhos, sendo 50% de fêmeas e 50% de machos. Estes resultados estão de acordo com os previstos por Mendel, evidenciando-se o alelo vermelho como dominante. Porém, no cruzamento recíproco, as fêmeas tem todas olhos vermelhos e os machos têm todos olhos brancos. Não se verifica nestes resultados a uniformidade fenotípica dos indivíduos da primeira geração.
Esta parte do estudo da Biologia é sem duvida das mais interessantes e por isso das minhas preferidas. É sem duvida muito interessante.
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